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domingo, 29 de abril de 2012

Benfica empata a 2 frente ao Rio Ave e entrega título ao FCP


Adeus ao campeonato e às juras de felicidade


Adeus ao título, às juras de felicidade, ao projeto-maior da época 2011/12. Adeus irreversível, frustrante, recheado de culpas próprias e muitas questões por responder. Adeus sublinhado por uma exibição insuficiente, crivada de erros primários na defesa e uma complacência inaturável no ataque. 

O Benfica endossa ao F.C. Porto mais débil dos últimos anos o campeonato nacional.

Não há outra forma de olhar para o insucesso encarnado: na Luz, o rei (Jesus) vai nu. Exceção feita aos dois golos no primeiro tempo e à pressão desesperada feita sobre o Rio Ave nos derradeiros 15 minutos, a atuação do Benfica foi confrangedora.

Começou terrivelmente, foi castigada no golo de Christian Atsu, reequilibrou-se com a reviravolta no marcador e voltou a atingir níveis ridículos até implodir no segundo do Rio Ave. 

Este Benfica foi acometido subitamente pelo Síndrome de Estocolmo. Raptado pelo adversário, acabou por criar um laço de simpatia (e clemência) pelo sequestrador. Recusou a libertação, em nome do triunfo, e quando nada o indiciava voltou a render-se. 

Jorge Jesus poderá queixar-se, é verdade, de uma clara grande penalidade não assinalada perto do fim. Mas é só disso. O resto é demasiado fraco para merecer qualquer tipo de atenuante. 

FICHA DE JOGO, NOTAS E JOGO AO MINUTO 

O primeiro golo do Rio Ave é, de resto, lapidar quanto ao desnorte das águias, mormente na defesa. Artur Moraes hesita, Luisão encolhe-se, a bola vai encostar no pé esquerdo de Christian Atsu. Um dragão, curiosamente, a inaugurar o marcador. 

Por esta altura, Garay já somava dois passes errados em zona proibida, enquanto Maxi e Capdevila sofriam a bom sofrer com as diatribes de Kelvin e Atsu, os meninos da Vila. O Benfica podia ser campeão, mas jogava como se nada fosse. 

Sem pouco ou nada o indiciar, dois erros tremendos de Gaspar recolocaram os encarnados no rumo da vitória. Um corte defeituoso do experiente central meteu a bola nos pés de Nolito para o 1-1 e, logo a seguir, uma entrada fora de tempo derrubou Cardozo na área vila-condense. O paraguaio aproveitou para acabar com a seca de golos. 

Os Destaques: Huanderson e o coelho na cartola 

A vencer, o Benfica permaneceu errático e complicativo, para júbilo do aflito Rio Ave. Um trabalho soberbo de Kelvin cruzou a área das águias e acabou na testa de Yazalde. A bola, sem intensidade, beijou as redes, indiferente ao olhar impotente de Artur Moraes.

Antes do tal período de pressão totalitária do Benfica, com golos falhados e um erro grave de Olegário Benquerença, o Rio Ave teve três oportunidades ótimas para golo. Kelvin, Gaspar e Yazalde não tiveram capacidade para ampliar o nível de embaraço. 

Era o estertor da morte, o agonizar do moribundo que, afinal, ainda teve forças para se erguer num assomo de dignidade. Demasiado tarde, porém. 

Refastelado no sofá, o F.C. Porto a tudo assistiu, certamente de olhar trocista. Os dragões têm seis pontos de vantagem (recuperaram 11 em dois meses) a dois jogos do fim. 

E depois do adeus? 

in Mais Futebol

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