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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sporting com vitória tremida

Afinal o leão gosta do perigo

 O Sporting venceu finalmente na Liga, mas teve de sofrer e muito frente ao Gil Vicente (2-1). Desta vez, Sá Pinto arriscou tudo e mais alguma coisa, a equipa teve intensidade e acabou ser premiada a cinco minutos do fim, num bom cabeceamento de Van Wolfswinkel. No entanto, fica a dúvida: que Sporting teremos nos próximos jogos? O triste e cinzento de antes, ou o sôfrego e vertiginoso de hoje? A qual deles o treinador se agarrará para segurar o leão? E se segurar a si.
QUE REVOLUÇÃO! Assim mesmo em capitais e a negro, porque Sá Pinto sentiu-se tão encostado às cordas que fechou os olhos e tentou o tudo ou nada. Viola teve entrada direta no onze, Insúa e Rinaudo voltaram a ser opção, e Pranjic subiu uns metros para médio. Izmailov voltou ao miolo. A uma equipa com dificuldades do meio-campo para a frente como era o Sporting até aqui o treinador soltou todo o lastro e transformou-a num 4x2x4 vertiginoso, por vezes 4x1x5 com as subidas de Izmailov, preenchendo quase todos os espaços da linha ofensiva. Dava ideia que Sá Pinto só não metia mais avançados porque não cabiam no relvado (acabaria por meter mais tarde em desespero). Era difícil que o jogo leonino não se tornasse confuso, sobretudo pela esquerda, onde Viola gosta de andar, Pranjic cruzar e Insúa chegar à linha. Onde não havia grandes problemas era na direita, com Capel a fletir para o meio, e a abrir o corredor para Cédric.

Com as equipas a jogar em tal nível de ansiedade é habitual que tudo aconteça. E quando acontece geralmente chama-se fado. O fado do Sporting adivinhava-se, era que algo ia acontecer sempre, para tornar as coisas mais difíceis. O golo do Gil Vicente. Um balão da direita, Xandão a não conseguir aguentar a pressão de Luís Carlos e a fazer uma rosca e a deixar a bola viva no adversário, que fuzilou Rui Patrício com o pé esquerdo.

O Sporting lambeu as feridas e voltou à carga, mas deu a sensação, algumas vezes, que um outro rival mais forte no contra-ataque, mais inteligente e sobretudo com outro poderio nos metros à frente da baliza poderia ter feito ainda mais mossa no leão, tal a sua inclinação para a frente. Com o passar do tempo, a pressão dos homens de Sá Pinto foi-se acentuado. Pranjic, Capel, Van Wolfswinkel podiam ter feito bem melhor numa ou noutra jogada, e Viola, segundos antes de Vasco Santos mandar todos descansar, atirou uma bomba à trave.

A regra para o Gil Vicente seria fazer mais, sair mais rápido, para realmente afastar o leão da sua área e, num desequilíbrio, ferir de morte o rival. Teve a sua oportunidade aos 69 minutos, por Luís Carlos, mas Rui Patrício negou-lhe o 0-2 e o bis depois de muito esforço e uma série de ressaltos. Antes, o Sporting ameaçara muito Adriano. Xandão (52), Insúa (53), Rinaudo (54) estiveram muito perto do empate.

Aos 62 minutos, Sá Pinto colocou mais vertigem no jogo do leão. Tirou o central Xandão e colocou em campo mais um avançado, o peruano Carrillo, que também teria a sua oportunidade aos 71 minutos, num chapéu que ficou seguro nas mãos de Adriano.

A resistência minhota durou 75 minutos e estava escrito que a jogada teria origem num dos recuperados por Sá Pinto. Insúa fez o que mais ninguém no plantel faz, chegou à linha, cruzou, apanhou Luciano Amaral distraído e Capel nas costas. O espanhol, também alvo de algumas críticas este ano, empurrou para as redes, pegou na bola, fechou o punho e mostrou-o repetidamente às bancadas. Adivinhava-se um quarto de hora complicado para os homens de Paulo Alves. E foi o que aconteceu.

O golo que fez explodir o estádio chegou a três minutos do fim. Cruzamento de Cédric e Van Wolfswinkel a antecipar-se a toda a gente e a cabecear para as redes. Sá Pinto aguentará pelo menos mais um jogo.  

in Mais Futebol

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